domingo, 6 de outubro de 2013

Sorvete da máquina

A doce infância de Curvelo tinha entre os seus símbolos guloseimas industrializadas e artesanais. O sorvete americano, sobretudo aquele que comprávamos na Praça Benedito Valadares, é algo inesquecível. A máquina que tirava o conteúdo das casquinhas e potinhos na hora era uma delícia para os olhos, com suas garrafas de vidro viradas para baixo, fazendo barulhos elétricos e de bolhas de ar, quando era acionada. O sorveteiro de balcão também tinha sua técnica para ir assentando aquele tubinho de sorvete, uma coluna do sabor escolhido, girando, subindo e descendo. Gostava muito do sorvete de limão, que não era dos mais populares. Pareciam menos doces e mais consistentes. Vocês se lembram? A loja da praça que falei se chamava, curiosamente, sorvete italiano, não é isso mesmo? Uma parada obrigatória naquelas tardes calourentas.