quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Som na vitrola

As novas gerações devem conhecer a palavra vitrola apenas em sentido figurado. Nos nossos tempos pré-CD, os toca discos de agulha e os LPs de vinil, juntamente com os toca-fitas K7, resumiam todas as possibilidades de coleção musical. Além do que o rádio e a televisão nos apresentava, também podíamos conhecer via amigos, lojas e acervo familiar sons de variados tipos e épocas. Da nossa vitrola portátil vermelho da Philips saía muitas canções legais e outros sons. Do Queen a Connie Frances, da Orquestra Cavalaro a Maria Bethânia, de Roberto Carlos a Julio Iglesias, da coleção Disquinho às piadas de Zé Vasconcelos. Tudo de high fidelity. Esses dias lembrei que tínhamos até um disquinho com o hino nacional brasileiro e outro das baladas francesas de Adamo. É esse mesmo o nome? Foi em volta da velha vitrola (que também podia ser movida a pilhas) que formei coleções de Cyndi Lauper e do cancioneiro italiano (San Remo 69 e outros).

Um relógio campeão

Com ele não tinha tempo ruim. Quase todos os meninos de Curvelo usavam, seja pra ir a uma missa, paquerar muma festa, jogar bola, nadar no Recreativo e na escola. O leque de pulseiras coloridas, de borracha ou de plástico, podia ser adquirido de uma só vez ou por uma a uma. Falsificações do engenhoso produto camaleônico também existiam naqueles longíquos anos 1980. Sim, estou falando do relógio Champion, um dos símbolos daquela época. Sobre aquele display preto do velho companheiro de dar corda víamos horas preciosas nossas passar. Além de prático e mutante para dar a impressão de que tínhamos meia dúzia de relógios, o Champion tinha um marcador para cronometrar, um disquinho preto dentado que girava para indicar o ponto de partida e de chegada. Com o passar do tempo, era preciso dar uma boa limpeza nos locais de encaixe do relógio de pulso e tomar cuidado para o disco "cronômetro" não se soltasse de vez, quebrasse e virasse uma argolinha perdida. Se bem que dava para transplantar essa pecinha de um pra outro.