segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Epílogo no final

Quando era um reles telespectador de filmes e seriados importados, sobretudo dos Estados Unidos, pequenos detalhes pareceriam hoje grandes frescura. Na minha tela preto e branco vinha escrito na linha inferior os caracteres brancos colocados pela emissora e que identificavam o programa e a parte em que se encontrava. Os blocos eram divididos em parte I, parte II, Parte III, parte IV e epílogo. Epílogo? Isso mesmo, assim era chamada a parte final dos longas. Dependendo da hora, a palavra estranha era o sinal de que a hora de ir dormir estava chegando. Boa noite.

Canequinha de ferro

Poucos objetos me inspiram tanta nostalgia como as canequinhas de café esmaltadas. Meus velhos parentes já diziam que cafezinho bom era aquele passado (mineiro fala passar e não coar) na hora e água fervida no fogão de lenha. Depois era só servi-lo com broas ou bolo de fubá ou pão de queijo. “Bom dimais, sô”. A bebida cafeinada e açucarada – não tínhamos opção a essas duas qualidades – queimava os lábios de tão quentes que caínham no vasilhamente de ferro pintado. Branquinhas, com "machucadinhos" escuros (até essas pintas dão saudade) e detalhes pintados em azul, as canequinhas ficavam até penduradas, reservadas para os donos. Bons tempos.