quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Ci-ci-ci-gaaaaarra!

A monotonia das tardes quentes da primavera curvelana só era quebrada pelo canto das cigarras. Dizia-se nos anos 1970 e 1980 que aquele inseto estaria "chamando chuva" após longos dias secos. A cantoria da personagem de fábula infantil faz parte da nossa infância. No ouvido e na cabeça até hoje ouço o ci-ci-ci-ci... Os meninos ficavam curiosos por saber como aquele bichinho virava potente sirene, modulando sons. Em coro, milhares de cantores fixados nas árvores cidade afora faziam do pôr do sol modorrento ainda mais único. Ao ler sobre características do inseto vi também mais nele um aspecto próprio do sertanejo, sempre um forte: a longevidade. É a garra da cigarra e dos seus cicis.