segunda-feira, 28 de julho de 2008

Força dos currais

O Parque de Exposições Getúlio Vargas, recém-rebatizado (com merecimento, diga-se) para Parque Antônio Ernesto de Salvo é um lugar que espelha a grandeza do passado agropecuário de Curvelo. Com o apoio da Prefeitura Municipal, a Exposição Agropecuária (e ultimamente também industrial) de Curvelo, realizada pela Associação Mineira dos Criadores de Zebu (AMCZ), representa um dos maiores eventos populares de toda a região. Para nós foram muitas exposições. Além de ficar diante de grandes animais, víamos artistas, assístiamos rodeios (um até serviu de locação externa para a novela Paraíso, da Globo) e também encontrávamos os amigos. O segundo maior e melhor parque de Minas Gerais mostra animais das raças Guzerá, Simetal, Pardo Suíço, Nelore, Limousin e muitas outras. Por falar em Limousin, o amplo estacionamento do parque sempre foi tradicional campo de provas para quem estivesse tirando carteira de motorista.

Era uma vez um sítio...

Pode haver mil adaptações da obra mais conhecida de Monteiro Lobato, mas nenhuma se igualará àquela que assistimos quando crianças na tela da Globo. Elenco, direção, roteiro e as músicas de O Sítio do Picapau Amarelo nunca saíram de nossas cabeças e corações. Pir-lin-pim-pim! Tudo era possível nesse conto de fadas bem brasileiro. Também tudo muito bem feito, com profissionalismo, sem apelos desnecessários e muito inspirador para a garotada. A recente morte de André Vali, o eterno Visconde de Sabugosa, foi muito sentida por nós. Depois dele, foi Geraldo Casé, o diretor também a se encantar. Nunca esqueceremos de Dona Benta, Emília, Pedrinho, Narizinho, Tianastácia, Zé Carneiro, Pedro Malazarte, Tio Barnabé, Quindin, a Cuca...

Templo da sétima arte

Durante anos ouvimos notícias sobre um inevitável fechamento das portas do Cine Teatro Virgínia. O espaço máximo da cultura em Curvelo poderia, de uma hora para outra, deixar de ser o nosso Cinema Paradiso. Demorou, mas o maior orgulho dos curvelanos acabou se tornando um melancólino retrato de uma derrota de toda a sociedade. Não fomos capazes de manter o melhor espaço no interior de Minas para a sétima arte. Ali nós assistimos centenas de filmes, como as séries dos Trapalhões, de Guerra nas Estrelas, de Superman e tantos outros clássicos. O ritual da abertura das cortinas era um show à parte, com sua seqûência de luzes coloridas evoluindo rumo ao telão, que poderia suportar um cinemascope. Os LPs com as trilhas sonoras, que tocavam momentos antes do filme começar, também embalavam sonhos e preparavam nossos corações ansiosos pelo início da sessão. As guloseimas também eram muito legais. Os pacotes de balas chita e soft que montávamos lá deixaram saudade. Devemos ao Virgínia um capítulo feliz de nossa infância.

Três contra dois: Dundinka!

Uma das unanimidades da turma era War. As rodadas na casa de um ou de outro levavam horas. O jogo de tabuleiro lançado no Brasil pela Grow dominou os anos 80. Do original em inglês Risk, da Parker Brothers, é disputado com um mapa do mundo dividido em seis regiões (Europa, Ásia, África, América do Norte, América do Sul e Oceania). Até hoje lembramos com facilidade de lugares do mundo que só lá era estratégico, como Ottawa, Dundinka e Vladiwostok. Cada jogador recebe uma carta com um determinado objetivo (conquistar tal continente, derrotar determinado exército etc.). Vence quem completar primeiro o seu e declará-lo cumprido. É disputado em rodadas, nas quais os participantes colocam exércitos (azul, vermelho, verde, preto, amarelo e branco) e atacam outros oponentes. Na briga pelo mundo afora, os mais difíceis de conquistar na totalidade eram Ásia e América do Norte. Por outro lado, o mais difícil de manter é a Europa, meio caminho de tudo. Tinha uma versão com aviõezinhos e outras regras.