domingo, 9 de agosto de 2009

O logotipo diz tudo

Os pingos de colírio poderiam ser ou Lavolho ou Moura Brasil, tradicionalíssimos. Aliás, eram poucas as marcas que frequentavam o armário do banheiro. Acostumados ao tempo seco e à poeira, o colírio podia significar alívio imediato, sobretudo para os mais velhos. A bula do Moura Brasil, frasco de 20 ml, diz que o produto "descongestiona os olhos vermelhos, aliviando as irritações", o definindo como "solução oftálmica antisséptica, adstringente e sedativa para o tratamento das irritações e infecções da conjuntiva. Conjuntivites, irritações oculares (poeira, vento, calor, fumaça, gases irritantes, luz e corpos estranhos)". Além disso, adverte que o colírio "não deve ser administrado a pacientes com glaucoma de ângulo agudo ou que apresentam predisposição ao glaucoma". E que deve ser usado "com precaução" em pacientes com problemas cardiovasculares, diabete, doenças oculares graves, infecção ou na presença de ferimento ocular, hipertensão, hipertiroidismo ou com hipersensibilidade à nafazolina.

Boi da cara preta

Viver num dos maiores pólos criadores de zebu e guzerá do mundo acaba nos expondo à cultura dos currais, mesmo que não frenquentemos sítios e fazendas. Fincados no meio urbano curvelano víamos o desfile de fazendeiros e empregados rurais, no comércio, de passagem, em busca de serviços. O leite da região movimenta o maior dos negócios da cooperativa agropecuária local e o parque de exposições apresentava, pelo menos uma vez por ano, animais chifrudos de grandes portes. Meninos da cidade, conhecíamos desde cedo essa fauna e não nos assustávamos com a careta do boi-boi-boi da cara preta. Até hoje me arrependo de não ter comprado um chapéu de couro ou me deixar ser fotografado ao lado de um boi premiado.