quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Disca pra mim?

Telefone era uma coisa de outro mundo, bem diferente da banalidade das comunicações digitais de hoje. O peso e a sobriedade do único modelo de aparelho de telefonia fixa impressiona as novas gerações. Aquela coisona preta estava presente em poucas casas e atendida por um grupo menor de dígitos. Na minha casa era só os atuais quatro números finais, depois ganhando o prefixo local 721, depois 371. Fazia um barulhão na chamada e precisava ser limpo como um objeto de decoração. Era o tempo de discar para alguém e não ligar ou telefonar. Poucos saberm hoje o que é colocar o dedo no disco do aparelho e ir selecionando a sequência entre zero e nove. No começo, ligações DDD precisavam de ajuda de telefonista. Na esquina de minha casa tinha também um posto telefônico, algo inimaginável hoje. A agência da companhia telefônica estatal, a Telemig, tinha umas cabines para onde íamos esperar a telefonnista fazer a conexão e transferir para o aparelho lá. Em BH, íamos até a sede da companhia, próximo da Praça Sete, para fazer o ritual de chamar para a família em Curvelo. Ficha de orelhão não durava nada, ficava caindo à cada frase. Hà muito não discamos para nada.